terça-feira, abril 17, 2007

Vergonha...

Ainda hoje sinto vergonha do que vi e senti no dia 17 de Abril de 1969.No dia que era da inauguração do edificio das Matemáticas a ser inaugurado pelo Presidente da Républica na amputada cidade universitária de Coimbra, estava eu no bloco dos velhos Hospitais da Universidade, estagiário que era ao tempo.
Vindo cá fora ao pátio ver a parada militar e o que se passava, misturado com o povo anónimo que saudava os visitantes, vejo uma corja ululante vir das escadas ditas monumentais, umas dezenas de soit disants estudantes, que irromperam pela porta de edificio a inaugurar em sessão solene. Vim depois a saber que interromperam a dita sessão com apartes e dichotes permanentes enquanto discursavam as entidaes oficiais. Um dos lideres ditos estudantis terá pedido a palavra que lhe foi recusada pelo Presidente da Republica que condescendeu a responder ao díscolo. Entretanto para além de apartes e insultos a dita corja ia fumando e deitando disfarçadamente beatas a arder no capuz do Bispo de Coimbra,que por pertencer à Ordem de S. Domingos, usava esse atavio e que se viu compungido a tirar a veste para apagar o foco de incêndio larvar.Isto entre outras diatribes importadas do 68 gaulês.
Alvar era sim, o espírito dessa matula que servia consciente ou inconscientemente os desígnios do comunismo internacional a quem não interessava um Portugal coeso na defesa das possessões de África que se desenvolviam harmonicamente em termos económicos e de interracialidade, um nível pujante e que era necessário desacreditar como veio a acontecer mais tarde no 25/04.Os desígnios comunistas foram entretanto dissipados pela implosão da União Soviética e dos países lacaios, para bem de todos e da humanidade.
Pois esse trite aniversário comemora-se hoje e bem fez o nosso estimado Cirrus em avivar a memória dos novos que desse tempo não podem recordar-se. Os díscolos da época estão hoje bem refastelados nas cadeiras do poder e do comunismo soviético dizem nunca ter conhecido as maldades...
A famosa e omisciente PIDE, não era de facto a tal eficiente polícia de "defesa do estado" que hoje convém apregoar para esgrimir argumentos de perseguição que enaltecem os curricula dos sevandijas. Como seria possível uma polícia de "costumes" minimamente organizada permitir que uma cerimónia oficial e de Estado fosse perturbada por uma bando de conhecidos arruaceiros? Seria hoje em 2007 isso possível em qualque cerimónia em que estivesse presente o PR ou o PM? Sabemos que não! Mas convém continuar a deitar as culpas da repressão para essa polícia, ou para a DGS que lhe sucedeu para manter a lenda da "gloriosa luta anti-fascista" que tantos dizem ter realizado com tão baixo proveito para Portugal.
Termino como começei: com a vergonha sentida de ter presenciado parte do início desse triste espectáculo de degenercência de um país que se chamou em tempos de Portugal.
Ad Astra.

2 comentários:

Anónimo disse...

Apesar de também enojado com essa cambada de porcalhões, pemitam-me voltar ao assunto anterior para partilhar com os senhores o seguinte: não se percebe a razão do encerramento da Universidade Independente! É que, como se demonstrou, está muito mais à frente que qualquer outra universidade. Vejamos:
- está aberta nas férias do Verão;
- passa diplomas aos Domingos;
- aceita candidatos sem documentação comprovativa das habilitações, confiando na boa fé dos candidatos (princípio humanista);
- maximiza a potencialidade científica dos seus docentes, ao colocá-los a reger 4 cadeiras (ao mesmo tempo que o regente é assessor no mesmo Governo onde um dos alunos é Secretário de Estado);
- permite que uma mesma pessoa, num só ano, faça duas licenciaturas;
- convida os seus antigos alunos, que nunca conheceram, a ir dar aulas para lá;
- estabelece planos de curso pessoais "ad-hoc", sem os documentar, para poupar nos custos do papel e impressão;
- possibilita a apresentação de teses finais sem que as mesmas fiquem guardadas no arquivo a ocupar espaço e recursos;
- forma alunos que, no futuro, ascendem a primeiros-ministros.

Como justificar o encerramento de uma universidade assim, cujo mal é, pelos vistos, confiar nas pessoas, poupar nos custos e maximizar os recursos?

Juntemo-nos e lutemos contra o encerramento da U.I.
Passem esta mensagem até chegar às mão de Mariano, O Gago e pode ser que ainda consigamos evitar o pior.

Anónimo disse...

Eu, cá por mim, acho que quanto mais independente, melhor... A dita cuja ou morte, já dizia o Pedro Infante (de Portugal....) às margens do Y Piranga...

Até eu já aceitei uma cátedra na Inde Pendente Prá Frente.
Fui convidado a dar um curso sobre "O Movimento Re Volutivo da a Cá de Mia: Vaivém ou Vémvai?" na fac. de engenharia donde egressou o Sr. Primeiro Ministro. O curso principia no semestre de Verão, em Agosto.
Espero que se matriculem!

Argus