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Devo confessar que neguei pelo menos três vezes a minha querida nacionalidade e outras tantas a do referido cavalheiro atribuindo-lhe consoante a ocasião e o inquiridor que o dito era: "Apátrida" ou da segunda vez "cidadão indiano da casta dos Intocáveis" e terceiro " que era sócio correspondente do Real Madrid". Ninguém queria acreditar e tive por vezes de misturar as três origens antes de deviar a conversa para o tema que me interessava que era, na realidade os vinhos de Bordéus!
Depois de infinitas louvaminhas ao tal Freitás , lá consegui que me deixassem visitar uns Chatêaux: os Chateaux d Yquen, o Smith-Haut- Laffite, o Cheval Blanc, o Margoux Laffite...enfim a mitologia vínica ímpar duma região fadada para um só destino: a cultura da vinha e do vinho! Há dez anos que não visitava Bordeús e já tenho de novo saudades. Da próxima vez, se houver próxima, vez como diz o Luis Represas, amigo do Comandante, será a Borgonha, a recordar a Côte d´Or e a Côte des Nuits, se possível a sonhar com um Chambertin que nunca consegui na vida provar e que só conheço da prosa erudita do Eça quando por exemplo no "Mandarim " punha na boca de um personagem esta magnificente frase:"Por outro lado, há sobre este globo coisas prodigiosas: há vinhos da Borgonha, como por exemplo o Chambertin 61...que quem bebe o primeiro cálice, não hesitará, para beber o segundo, em assassinar seu pai...". Exageros!
De Bordéus consegui trazer uns Sauternes excentíssimos,uns St Emilions e uns Côtes du Bourg notáveis, que trancados em lugar seguro aguardarão com paciência e recolhimento a hora do reconhecimento sápico e olfactivo, em boa companhia...
Ad Astra...Na Próxima de Centauro ?( Rigil Kentaurus, a estrêla mais perto da Terra depois do Sol).
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