sexta-feira, junho 10, 2005

Acerca do nosso tempo...

Como dizia o nosso colega de escola o Heraclito, ( lembram-se do Heraclito, aquele que chegava sempre tarde às aulas e dizia à Stôra que tinha sempre um outro rio para atravessar e que não queria molhar os calções senão a Madrasta chegava-lhe "a roupa ao pêlo"pois tinha de hora a hora de secar os calções do mais velho, do Sisifo?)
Pois bem, foi esse mesmo que hoje me visitou...
Perguntou educadamente por todos e pelas coisas. Que passava menos mal embora o controle das ampulhetas e desses novos mecanismos que regulavam as horas lhe dessem poucas oportunidades de estar e visitar os antigos colegas.
Que as horas eram novas, que os minutos mais rápidos a passar e que aos segundos já não dava conta da passagem...
Contrariei-o por dever de ofício! Que não olhando para trás, a gestão do negócio era fundamental enquanto durasse para todos nós. Que o negócio iria fatalmente acabar mas que teria compensações e que acabariam de vez as preocupações. Por educação não contrariou mas senti-o desalentado com tudo e todos.Disse ainda que ninguém acreditava agora que o seu negócio seria perecível (apreciei este termo na boca dele...), que a maltosa queria tudo, incluindo a eternidade e que negócios como os dele não interessavam a ninguém...
Despediu-se com acento tónico e disse que voltaria quando chegasse o momento.
Saiu como entrou...sem dizer...

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